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A mostrar mensagens de setembro, 2015

Agora conto eu...Com um brilhozinho nos olhos…

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Com um brilhozinho nos olhos… João Cunha Silva Cada episódio importante da nossa vida é marcado com um antes e um depois. Ocorrido o episódio, já não somos os mesmos: umas vezes para melhor, mas muitas outras para pior. Não quero falar dos que nos tornam piores, até porque nem todos os maus episódios nos tornam piores e nem todos os bons nos tornam melhores. Falarei apenas daqueles que bons ou maus, nos tornam melhores e nos ajudam a crescer.  Não haverá nada mais marcante na vida de um ser humano do que a sua relação com a vida e a morte. Podemos fazer grandes feitos na nossa vida profissional; ter o maior dos êxitos nas nossas realizações; ser acarinhado ou odiado por multidões; ser um êxito no desporto, na escrita, na música… Podemos eventualmente alcançar isso tudo, mas nada nos marcará tão fundo como estas duas palavras: vida e morte. Estabelecemos mesmo fronteiras entre um antes e um depois desses mesmos acontecimentos como não fazemos com mais nada. Infelizmente,

Agora conto eu…Qual é a parte que não entendes?

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Agora conto eu…Qual é a parte que não entendes? João Cunha Silva Adverti numa crónica anterior que não acharia muita piada que me dissessem que era muito humano, poderia até considerar que me estariam a insultar. Claro que usei a figura da ironia para me expressar, no entanto, as ironias desaparecem quando o que seria pouco usual, passa a ser hábito e costume. Perante os acontecimentos das últimas semanas senti-me cada vez com mais vergonha de pertencer a esta espécie, mas à falta de alternativa, lá me tenho de contentar com o que é positivo no ser humano. Nem todos se comportam como bestas, nem todos são dotados de um QE (Quociente de Estupidez) fora do comum. Há bons exemplos; há humanos realmente bons, que se entregam aos outros e que fazem realmente a diferença e nos lembram que afinal ainda há esperança. Mas é difícil… claro que é difícil. A vida ensina-nos que precisamos desses exemplos, desses faróis de humanidade para nos sentirmos melhor no final do dia. No entant

LIVROS POR AJUDA AOS REFUGIADOS

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LIVROS POR AJUDA AOS REFUGIADOS A lágrima que fez o mundo nascer no meu livro " Assim um mundo se fez" é a mesma que transmite a minha emoção ao ver o que está a acontecer com a crise dos refugiados. Sem muitas perguntas, todos somos compelidos a agir e a tomar como nossa a responsabilidade de tornar o mundo melhor. Não há forma de nos escondermos nas respostas evasivas e desculpas esfarrapadas. Não me contento com isso. Nem sempre sabemos como ajudar por isso gostei muito da  ideia do escritor Manuel Jorge Marmelo ( https://www.facebook.com/ManuelJorgeMarmelo ) e achei que seria uma boa forma de contribuir. Já o fiz e agora aguardo pelo seu livro "Zero à esquerda". No entanto, achei que poderia fazer mais do que isso, e por isso também disponibilizo os meus livros em troca da vossa ajuda à ACNUR ( http://donate.unhcr.org/international/lifeline ). Assim por cada donativo mínimo de 10 euros ao programa da ONU de apoio aos refugiados eu oferecerei um exemplar do li

"Haverá, depois, tempo para olhar para a fatura."

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Não há uma forma simples nem simplista de ver a questão dos refugiados. É uma questão com muitas dimensões e por isso custa-me ver isto discutido como se fosse uma questão de esquerda ou de direita; de uns contra os outros, como se fosse um Porto-Benfica. Há no entanto uma certeza que tenho e se todos argumentam de forma fácil eu também o consigo fazer: quando há um acidente numa estrada com feridos, a primeira preocupação é prestar assistência sem nunca perguntar se essa pessoa que salvei me irá tirar o emprego no futuro, me irá assaltar a casa, me vai pedir 10 euros para tabaco que nunca me devolverá. É claro que não é fácil nem de processo instantâneo a acomodação condigna de milhares de pessoas e claro que isso terá um preço a pagar. Mas há momentos para tudo: agora é hora de solucionar um problema urgente. Por isso a mão esquerda que ajude a direita e a direita, por sua vez, ajude a esquerda e muitas outras que se juntem a estas, porque duas mãos são sempre poucas. Haverá, depois

Crónicas antigas - A pedra mágica

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A pedra mágica- João Cunha Silva     Conta-se por aí que no meio das brincadeiras de um domingo de sol, o outono apareceu fresco a pedir um agasalho e um chá bem quentinho. Não dava para longas aventuras pois os dias eram já curtos, mas o jardim da avó, que ficava bem pertinho, era sempre um bom local para esta pequena curiosa explorar e brincar nas horas mais quentes.  Escondeu-se e encontrou quem se escondia. Contava os números com prazer redobrado, de um a trinta e depois partia para descobrir a avó, que estava sempre no mesmo sítio. No meio de tanta risota e corrida, a sua cara refletia alegria e os seus olhos eram espelhos de luz. Ela era assim quando não tinha as suas birras: contagiava a natureza sempre que sorria e a natureza parecia sorrir de volta. Entendo, assim, a justiça do que aconteceu, a natureza sabe recompensar quem a ama e a usa para amar. Assim, no meio do jogo das escondidas, numa das vezes que procurava a avó, ficou parada a olhar para o chão sem fa

Crónicas antigas - A história da folha lutadora…

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A história da folha lutadora…  João Cunha Silva Conta-se por aí a história de uma folhinha, que vivia feliz nos ramos de um plátano. Vivia na cidade, no meio de um parque, onde muitas crianças brincavam e coloriam o ar com as suas vozes irrequietas. Tinha nascido igual a todas as outras folhas, espreguiçando-se toda sonolenta, assim que as manhãs de março ficavam mais quentinhas. Cresceu, brincando com as suas companheiras de ramo, tentando, em corridas loucas, encontrar o melhor lugar virada para o sol, atitude muito apreciada por todos os que usavam a sua sombra para fazer um piquenique de família ou para descansar, depois de uma tarde de brincadeiras. Em meados de agosto tornou-se uma folha adulta, de veios bem vincados e pontas bem definidas. Fazia o seu trabalho de forma competente e colaborava na importante função de manter a árvore próspera, sã e bela, é claro. Certo dia, ouviu dizer que a árvore, patroa de todas as folhas, já não precisava de tantos ajudantes e iria co

Crónicas antigas - A conspiração dos astros

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A conspiração dos astros  João Cunha Silva Um frio que não chegava a ser incomodativo batia-me no rosto, despertando, um a um, todos os meus sentidos, como se desejasse preparar-me para o que viria a suceder. O ar estava leve e limpo e a Lua, mostrando-se ainda a medo, deixava já antever a forma sombreada de todo o seu perímetro e futuro esplendor. Logo por baixo dela, à distância precisa de dois polegares, dois astros capturaram a minha atenção. Pela sua trajetória e tipo de brilho, percebi que eram certamente planetas. Um mais brilhante e vibrante; o outro um pouco mais sóbrio e expectante. A sua posição pouco usual parecia querer dizer-me alguma coisa e o meu olhar nunca mais se desviou daqueles pontos da tela celeste e passou a acompanhar o seu desaparecimento na linha de arvoredo, que no meu caso antecipa a linha do horizonte. Os fenómenos celestes costumam aprisionar a minha atenção, mas por norma, surgem sempre antecipados por grandes notícias ou pesquisas fortuitas

Crónicas antigas - No precipício de uma folha em branco

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No precipício de uma folha em branco  João Cunha Silva A folha em branco causa-me sempre sentimentos controversos. Por um lado há a promessa da ilusão do tudo possível, da criação de mundos novos, de novas ideias. No fundo, efervescências em forma de palavras que se apressam por preencher todos os espaços que encontram em branco, numa correria desvairada, sem eira nem beira, à procura de sentido. Por outro lado, há o desmaio de nada conseguir escrever; de encontrar uma porta fechada, por onde nada entra e nada sai e sem puxador e fechadura à vista; um frio vazio que congela os dedos e os impede de escrever; uma longa pausa que parece eterna. Mas quando tudo parece perdido, uma pequena luz se vê no meio daquele vazio e a folha branca é agora um recreio coberto de neve onde crianças, às gargalhadas, atiram bolas e de costas deitadas, desenham anjos no chão, abrindo e fechando os braços e as pernas. As palavras, caem como flocos e amontoam-se em bonecos de neve ou em iglô

O que é que já posso avançar sobre o livro "Alex e as formigas navegadoras"?

Caras amigas e amigos, O que é que já posso avançar sobre o livro "Alex e as formigas navegadoras"? É um livro que se insere na categoria Infanto/Juvenil do qu al sou autor das palavras ( www.facebook.com/EscritorJoaoCunhaSilva ) . O texto tem aproximadamente 7500 palavras e está dividido em 10 capítulos. Será ilustrado com ilustrações a preto e branco pela talentosa Manuela Rocha https://www.facebook.com/manuelarocha.ilustracao?fref=nf  . Será editado pela Alfarroba, a casa de dois dos meus livros (O Pintas e o osso de dinossauro e Assim um mundo se fez) e de uma editora talentosa de nome  Andreia Varela . A protagonista da história é uma formiga de nome Alex, que para salvar a sua colónia, conta com a ajuda de um pássaro azulado e com a ajuda de um menino de nome Simão ( Conceição Teixeira  e José um abreijo para os três) mais conhecido por cientista. Pelo meio aparece um narrador, um bocadinho chato tal como eu (pura coincidência)... e não digo mais. Estou muito

Muro

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Muro E o muro caiu, libertou, abriu, E a pomba branca voou, Para longe, lá no alto Onde o nada se avista Visão, miragem, Olhos turvos, Entontecidos pela luz do sol! Liberdade, mera geografia, “ -Até onde vão as tuas grades?” Liberdade: faminta pelas ruas, Descurada, ignorada, E outros muros se ergueram, Altos, muito altos! Até onde o nada se avista. E por isso nem os vejo! “-Onde estão os meus muros?” Nem sei sequer de que lado estou; É preciso ver o muro, dar-lhe com a cabeça; MOSTREM O MURO Temos de saber que o muro existe… …para o derrubar! 11/2014 ©João Cunha Silva

pré-reserva

Ainda não fizeram a pré-reserva? Vai com desconto e ainda levam uma surpresa feita por mim. Só pagam quando receberem o livro. Ainda estão à espera? Posted by Magda Cunha on  Quinta-feira, 3 de Setembro de 2015

Crónicas antigas "Voando numa semente de um dente-de-leão"

O vento ainda era frio, mas, às escondidas, a natureza já se espreguiçava num longo acordar. Por todo lado o ar trazia já a azáfama da bicharada: formigas encarreiradas carregando mundos; abelhas namoriscando todas as flores que encontravam, competindo com borboletas floridas pelo melhor lugar; lagartixas espraiando nos ainda fracos raios de sol; escaravelhos de todas as cores e feitios correm apressados de um lado para o outro… Com este acordar cíclico, mas no entanto sempre surpreendente, chegam também as cores do que outrora tinha sido monótono e sombrio; chega também o riso das crianças. É hora de ir brincar lá para fora, depois de dias de uma aparente hibernação. Como ela gostava daqueles dias de sol à tardinha e de percorrer com as mãos as pontas ainda húmidas das ervas. De repente parou. Acho que viu alguma coisa especial: algum bicho para qual olha com especial atenção? Ou uma flor que terá aprisionado o seu olfato? Já sei o que foi! Vejo agora que segura uma semente de de

Crónicas antigas "Qual o peso das palavras?"

Qual o peso das palavras? Será que as palavras têm peso, cor ou sabor? Existirá uma qualquer balança que avalie ao pormenor as gramas de certos vocábulos? Sabemos que abraçamos e nos deixamos acariciar por certas palavras, por nos parecerem leves, doces e amigáveis. Por outro lado, há palavras que nos põem carrancudos, maldispostos e que nos causam repulsa por serem pesadas, carregadas de ondas negativas e que parecem carregar um aroma um tanto ou quanto acre. No entanto, quer umas, quer outras, não deixam de ser aglomerados de letras com sons associados, às quais atribuímos significado e atiramos uns aos outros como beijos, ou como pedras. Há também aquelas que, disfarçadas, nos enganam, e parecem ser uma coisa e afinal quando nos batem, são outra. Ao longe parecem beijos, mas acertam-nos como calhaus pontiagudos. Confesso que me perdi com estas deambulações e antes que avancem para outros lados da página, para uma publicidade colorida, ou mesmo uma figura agradável para lá das p

Crónicas antigas - "O Rei que não tinha castelo”

O Rei que não tinha castelo” Era uma vez um Rei que não tinha castelo. Achava que não era necessário para a sua função. Vivia numa casa igual à dos restantes habitantes. Dormia também numa cama igual a todas as outras pessoas e a sua comida em nada diferia do que se comia por todo o reino. As suas roupas eram também perfeitamente normais e de coroa apenas tinha uma calvície avançada para a idade. No entanto, mesmo sem pompa e circunstância, todos o respeitavam como Rei e admiravam a sua dedicação e inteligência com que governava o reino. O Rei era fiel no seu trabalho de ser rei, era justo e reinava bem e por isso a população era empenhada e disposta a colaborar no que fosse necessário, para tornar o reino um sítio cada vez melhor para viver. O Rei cobrava impostos também justos: apenas os necessários para que o seu reino fosse um lugar culto, limpo e seguro. Um reino que tratasse as suas populações, dos mais novos aos mais velhos, com dignidade e respeito. Era por isso uma pessoa

Crónica antiga "Cabelos cor de vento"

Agora conto eu…  “ Cabelos cor de vento ” No final daquela rua havia uma casa vazia. Uma casa de uma cor qualquer que o tempo se encarregou de apagar. Porventura seria branca ou talvez amarela, mas isso agora pouco interessa, porque não é a cor exterior que torna mais ou menos interessante uma casa, mas sim o que se passa no seu interior: as pessoas, a vida que albergou. É disso que quero hoje falar. Conta-se que aquela casa, quando ainda tinha cor, era habitada por uma mulher com cabelos cor de vento. Todos a conheciam por aquele nome e era fácil saber porquê: os seus cabelos ondulados, esvoaçavam como papagaios de papel, ao levantar-se a mais pequena brisa, ganhando assim a cor que o vento traz. Saía todos os dias daquela casa, com cor das marés, e ficava a olhar as ondas do mar que, numa luta contínua, golpeavam de forma assertiva as dunas onde se sentava. Imóvel, permanecia em silêncio, ouvindo os murmúrios borbulhantes da espuma das ondas.  Ao longe, ao ver aquele

Agora também disponível para Kindle

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Agora também disponível para Kindle http://www.amazon.com/pricip%C3%ADcio-folha-branco-Portuguese-Edition-ebook/dp/B014QDJ110
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2 anos de crónicas " Agora conto eu" em livro! "No precipício de uma folha em branco" - João Cunha Silva Já disponível para encomenda https://www.createspace.com/5710853 e em breve na Amazon A pressa, o tema do momento, a angústia de um prazo e a folha irremediavelmente em branco. De repente uma centelha e jorram palavras atrás de palavras para o limite da caixa da crónica. Fica aqui o registo em livro de dois anos de crónicas (2013/2015) publicadas no jornal Tribuna Pacense e no jornal Gaia Semanário. Agora conto eu... Para sempre incompleto... haverá por certo um volume 2!