"Haverá, depois, tempo para olhar para a fatura."

Não há uma forma simples nem simplista de ver a questão dos refugiados. É uma questão com muitas dimensões e por isso custa-me ver isto discutido como se fosse uma questão de esquerda ou de direita; de uns contra os outros, como se fosse um Porto-Benfica. Há no entanto uma certeza que tenho e se todos argumentam de forma fácil eu também o consigo fazer: quando há um acidente numa estrada com feridos, a primeira preocupação é prestar assistência sem nunca perguntar se essa pessoa que salvei me irá tirar o emprego no futuro, me irá assaltar a casa, me vai pedir 10 euros para tabaco que nunca me devolverá. É claro que não é fácil nem de processo instantâneo a acomodação condigna de milhares de pessoas e claro que isso terá um preço a pagar. Mas há momentos para tudo: agora é hora de solucionar um problema urgente. Por isso a mão esquerda que ajude a direita e a direita, por sua vez, ajude a esquerda e muitas outras que se juntem a estas, porque duas mãos são sempre poucas. Haverá, depois, tempo para olhar para a fatura.

João Cunha Silva

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