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A mostrar mensagens de abril, 2016

O problema não és tu… sou eu…

O problema não és tu… sou eu… Chega uma altura em que há que por fim às relações que não desejamos manter. A frase do título é uma daquelas desculpas usadas muitas vezes para essas situações. Quando a usamos, sabemos que o queremos dizer é algo um pouco diferente, mas no fundo tudo se resume à impossibilidade da relação continuar. Passados três anos é caso para dizer à União de Freguesias (por uma questão de espaço vou optar por não escrever aquele nome que nunca mais acaba!!?) que … o problema não és tu cara União, o problema sou eu. Sim, eu sou essa terra que nunca te assumiu, nunca te mostrou aos amigos, nunca te escreveu. Aparecem umas siglas nos nossos documentos, mas são siglas vazias sem corpo ou dimensão. Não te sinto minha, ou pelo menos sinto-te tão minha como outra coisa qualquer que simplesmente não é minha. Acho que, na verdade, nunca quis deixar a minha vida de terra solteira, detentora da sua própria história e dona do seu próprio destino. Sinto mesmo que a nossa

O colchão dos ricos, a confiança e o cheque em branco

O colchão dos ricos, a confiança e o cheque em branco Ninguém tem dúvidas que uma das vantagens da democracia é a sua capacidade de regeneração e ajustes contínuos em função dos tempos, das necessidades e da vontade coletiva. Nenhum outro sistema protege desta forma a sua sobrevivência e se estudarmos a história, todos os outros tipos de governo faliram por não se conseguirem propagar nos anos ou sobreviver à ausência do seu ditador. Até na China, um sistema tão complexo que nem me atrevo a explorar a fundo, a manutenção do sistema atual só é possível pela sua capacidade de se projetar nos tempos, quebrando dogmas e barreiras que confundem aqueles  que ainda estão enclausurados dentro de fronteiras ideológicas. No entanto, a nossa civilização assentou e assenta no pressuposto que a palavra democracia só se poderia associar ao sistema capitalista, mesmo que controlado, em oposição ao sistema comunista, completamente controlado pelo estado. Em boa medida, todas as democracias

Estado de (in)segurança

Estado de (in)segurança Não me perguntem o que é viver com medo. Não saberei responder. Posso apenas imaginar um sobressalto constante, um estremecer a todo o momento e um mal-estar difícil de explicar, mas que rói, desgasta e que nos tolhe a vontade de viver. Não é segredo que a base da nossa civilização assenta na confiança no outro, regido por um código de regras implícitas e explícitas que nos permitem viver em sociedade. Eu confio que posso atravessar uma rua, cruzar-me com desconhecidos sem ter medo de sair ferido deste ato banal. Eu confio que me posso sentar numa esplanada, descontrair, sem me preocupar ou ter sequer a mínima suspeita que tudo irá pelos ares, ou que um tresloucado, pendurado numa janela de um carro, irá começar a descarregar um carregador inteiro de uma AK. É esta confiança nos outros, assente na previsibilidade de comportamento social, mesmo com os seus inúmeros problemas, que caracteriza a sociedade ocidental. Se esta é uma das nossas características p