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A mostrar mensagens de setembro, 2014

Amor e morte

Amor e morte Podes esconder-te no quotidiano dos dias, Vendo a chuva que cai, compassada e feroz; Podes ficar preso na surpresa dos cabelos alvos, Nos osso presos, dobrados pelo peso dos anos; Podes imaginar que te debruças sobre Todos os assuntos do mundo e que dedilhando percorres melodias; Podes esconder-te num sorriso e num apreço pelo que vês; Podes mesmo pensar que tudo superas, e que nada te calca. Mas tudo se resume a duas notas graves que caminham omnipresentes ao teu lado, notas perfurantes que invadem o conforto do teu silêncio: Amor e morte. O beijo quente, ardente onde a vida se faz; e o beijo frio com que te despedes pela última vez. Amor e Morte, sempre na mesma cadência, Multiplicados em múltiplos espelhos, Visto de inúmeros ângulos, Mas sempre a mesma cadência, Bruta, eficaz, desarmante: Amor e morte; Amor e morte. 2014/João Cunha Silva