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A mostrar mensagens de novembro, 2017

Pantomima

Pantomima Entre dois olhares, Desejo, Angústia certa, Que aperta E desfaz! E regressa, Curioso... Entre dois olhares A vida, Ora cheia e semântica. Ora ridícula e vazia. E isto é, afinal, apenas nada. Folhas que caem, Tempo que se gasta, Carne que morre. E o olhar, Aquele primeiro olhar, Que traz o brilho do sonho em anexo, Aquele que incessantemente busco, Não mais aparece. Fecha-se o pano, aplauda o público. Por hoje, a peça acabou. João da Cunha / 2017

wise nonsense

Wise nonsense Um sorriso, uma flor, um beijo, e um soluço puxado da lágrima que cai E me atira ao frio da pedra. Estremecer, frio Sonhar que aquece Pedra chão Pedra casa Frio meu Frio pedra Um beijo, um sorriso, uma flor e perder-me num abismo das cores, querer cair onde não há chão Repetir Cair sempre Cair cor Abismo chão Uma flor, um beijo, um sorriso e uma imagem para sempre guardada Momento eterno Tempo pára Tempo pára Tempo não pára! João da Cunha/2017

Tempo melancolia

Tempo melancolia Quanto tempo aguento? Quanto tempo falta para não ter mais tempo nenhum? Quanto tempo falta para ter o tempo todo? Quanto tempo falta para que os olhos brilhem e se espantem? Quanto tempo falta para sorrir e me deixar levar no riso? Quantas horas, minutos, segundos me restam esperar para respirar de novo Quanto tempo me deixarei ficar, aqui, submerso nesta água que arrasta os dias pelas ruas da melancolia, e me lembro, num assombro de realismo, que no meu relógio não me falta segundo, minuto ou hora alguma, que o tempo está todo aqui e agora e que o brilho reaparece, assim que olhar no ângulo certo. João da Cunha /2017