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A mostrar mensagens de novembro, 2015

Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia.

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Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia. PONTO PRÉVIO O texto que se segue foi escrito antes dos atentados de Paris, perante os quais tudo parece insignificante e de importância duvidosa para ter lugar numa crónica. Senti-me humanamente atacado, senti, mesmo no conforto da distância, que o alvo também fui eu e os meus. A esses terroristas, escroques, não lhes destino nem mais uma linha, dando-lhes o fétido reconhecimento que tanto procuram. A minha resposta é recusar-me a alterar a minha vida, submetendo-me à tortura do medo. Feito o ponto prévio, aqui vai o texto que preparei para esta crónica. Em alguma fase da sua vida todo o ser humano é confrontado com a escolha entre o realismo e a busca da utopia. O caminho que escolhemos nesta bifurcação reflete a forma como vemos o mundo e agimos sobre ele. Se por um lado encontramos a realidade nua e crua que nos lembra as nossas imperfeições, limites, falibilidades e impossibilidades, pelo outro lado há o sonho e a b

A ler é que todos se entendem!

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A ler é que todos se entendem! por João Cunha Silva A melhor forma de conhecer a humanidade é a ler! A partir dos inúmeros mundos que a leitura nos apresenta, ensaiamos formas de ser e de agir, observamos de perto ensaios sobre o outro, onde nos multiplicamos em alteridades; pela leitura experimentamos os dilemas que não temos, e são tomadas decisões que porventura nunca teremos de tomar....Mas mentalmente já fizemos o caminho e de alguma forma já o conhecemos, mesmo que só a reboque de palavras Quem lê compreende melhor o mundo, e conhece melhor o outro. Pelo menos tem a capacidade de não julgar por meros reflexos, porque também está habituado a mergulhar nas pessoas, como quem mergulha nas páginas de um livro e não se deixa levar pela capa. Não exagero ao dizer que a leitura salva, a leitura liberta, a leitura permite a convivência pacífica e justa. As portas que a literatura abre são as portas da humanidade, na sua real complexidade. Faltam narrativas e enredos co

#13/11/Paris

Porque não há volta a dar... Contra a barbárie, amor Contra a morte, um sorriso de vida, Contra o som das balas, o som das palmas. jcs/2015

#13/11

Dá que pensar: ao ódio quer responder-se com ódio, como se isto não fosse trazer ainda mais ódio, originando um ciclo sem fim. Estamos muito acomodados na nossa zona de conforto... deixamos que o nosso silêncio cómodo seja preenchido pela voz de radicais. Tenho ouvido e lido cada coisa... Não podemos deixar que essas vozes sejam as mais ouvidas ou lidas. O bom senso, a tolerância, o respeito pelos outros tem de ser a voz mais ouvida. Será fácil? Não me parece... mas não contem com o meu silêncio!

#Paris

Claro que há sempre alguém que diz que colocar filtros com a bandeira da França é uma hipocrisia. Até poderá ser: realmente a morte dos 200 passageiros russos, dos atentados em Beirute e de tantos outros é tão absurda, abjeta, irracional, injusta, inqualificável, como as mortes em Paris. Que nenhuma dúvida reste quanto a isso. No entanto, infelizmente por um lado, mas compreensivelmente por outro, choramos mais por quem nos é mais próximo. Quem não o faz? Isso não diminui a dimensão dos acontecimentos, nem a sua dureza. Reconheço que temos uma falta de conhecimento sobre o que está longe, sobre o que nos é distante, sobre o outro. Só nos dói quando realmente nos dói. Mas muito mal estaríamos se nem nesses momentos manifestássemos a nossa humanidade perante o que aconteceu. Ao ver o absurdo, mesmo que este seja repetido e outras vezes negligenciado, nunca admirei o discurso do “só agora é que reparaste!”, preferiria que me dissessem “Bem-vindo a esta luta!” ‪#‎ prayforparis‬ ,  ‪#‎ p

Agora conto eu…a fotografia

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Agora conto eu…a fotografia 1 Há qualquer coisa que me inquieta naquele olhar. Enigmático…Não consigo muito bem perceber o motivo, mas nunca mais a consegui esquecer aquela expressão sonhadora de quem tem o mundo para conhecer. Não mostra um sorriso aberto; sente-se, no entanto, que está confiante e preenchido por alegria. É isso! Vontade de vida, vontade de realizar os sonhos; vontade de fazer de cada passo que dá um passo memorável. Por vezes dá nisto… uma pausa no tempo e apercebemo-nos que temos uma vida atrás de nós. Olhando os olhos daquele menino pergunto-me se o traí, se calquei os seus sonhos em busca do nada. E que sonhos teria aquele menino de olhos brilhantes? Sei que queria ser astronauta! Ficaria ele zangado, triste e desiludido por eu nunca ter ido à Lua, nunca ter visitado um planeta distante, nunca ter sequer vestido um fato espacial? O que me diriam aqueles olhos nesse momento? Perderiam o brilho, ou dar-me-iam um beijo doce com que as crianças perdoam os adul