Enquanto a lua brilha
Enquanto a lua brilha Enquanto a lua brilha e o vento passa leve, permanece o aroma dos dias longos nas palavras desentendidas de cigarras e grilos. Um latido explosivo rasga a noite... ...golpes lancinantes... cortantes... a noite esventrada do silêncio que a cobre. a batida acelera e já só ouço a minha respiração e a cadência do bombear do coração. Também faço parte... sou da noite. Sou a cigarra, o grilo, o cão, É ao brilho da lua que junto a minha voz com as minhas palavras não mais entendidas: ora calmas, que embalam e adormecem, ora violentas e explosivas, que sobressaltam e esventram. 2015/ João Cunha Silva