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Julgavas-te livre…

Julgavas-te livre… Julgavas-te livre… bem vi nos teus olhos, reluzentes de sonhos e futuros. Julgavas-te livre… Ingenuamente o sentias, Não haveria recuos Julgavas-te livre… E em ti fervilham ideias e ideais E convictamente disseste «Nunca mais!» Julgavas-te livre… …mas não eras! Tiveste, foi a ilusão da escolha; Uma prisão maior e sem rede. Julgavas-te livre… …mas não eras! Os algozes, mudaram de rosto, Mas permaneceram vigiando, Julgavas-te livre…apenas isso! João Cunha Silva

Sorriso

Um sorriso … arte, Um quadro de ti feito Sem engano, falha ou defeito. Um sorriso … amar-te, Aguarela de luz Que encandeia, atrai e seduz. Um sorriso … és tu.

O lado oculto da minha Lua - poemas ou muito perto disso

Crestuma

Crestuma Hoje, vi-te banhada na espuma revolta, estridente, que numa vontade dúbia te arrasta para o mar, e te agarra sem te largar. Solta-se pedra a pedra, torrão a torrão, peça a peça até nada ficar. És apenas história, querem fazer crer… nada mais que papiro, enterrado no lodo da memória, De onde nada poderá nascer. E a tua gente? Agarrar-se-á aos teus pés? Ou fraca, é arrastada pelas marés? E o cortejo segue em marcha fúnebre Cobrem-te com mil bandeiras E usam-te de mil maneiras… Ficando apenas o deserto, Sem oásis por perto. Apenas o sino não se cala, contando uma a uma, as almas de quem parte! Soltam-se as amarras; soltam-se as imagens da gente alegre, dos dias festivos, e não há ninguém que berre! E eu imagino, que mesmo fraca resistes, Bela, como só tu consegues ser Digo sussurrando a medo, Que nunca poderás morrer. Mas o que vejo é imagem de lápide, A fotografia final, E lá no meio da

Epitáfio de um amor vivo

Epitáfio de um amor vivo Vivi Vi Sorri Colhi E amei-te A ti.

Febril

Febril Quero um desafio febril, Um saque, voraz e bruto Que me tire tudo à força, Que de lágrimas me deixe enxuto. Quero ser frio de serra Quero ser vento que no silêncio berra, Quero ser pó, quero ser terra Quero ser mudo e dizer tudo. Quero ser lâmina que a vida corta, um estilhaço de vidro, Que a planta corta e a faz morta. Quero escrever no abismo da folha, não ver o fundo, Não ter escolha, só ver o mundo. Quero ser verso imperfeito, Um gesto feito sem jeito. Uma frase que não mais termina, Que não rima, que não rima, que não rima. (e esta lágrima que não seca!) João Cunha Silva

Poesia

A poesia A palavra em potência,  A multiplicação dos sussurros, Perdidos entre os muros Da minha própria demência.  Encontrar-te, sentido,  oculto num manto Em algum lado perdido Escrito num qualquer canto. Ilusão antevista. Loucura prevista. Um mundo ante da vista. Dobro, corto, moldo, Cinzelo cada palavra Faço dela um punhal Faço dela minha escrava. Mas escravo fico eu, Dos sussurros e dos muros, Dos sentidos ocultos e perdidos Com que escrevo a minha loucura. João Cunha Silva #joaocunhasilva

Sem brilho

Hoje não consigo ser poeta! Falta-me o ar fresco de uma manhã nova; Falta-me a corrente de ar, vinda de uma janela aberta; Falta-me um olhar arejado, Próprio de uma mente desperta. Hoje não me deixem ser poeta, pois as minhas palavras, todas elas tardias e desnecessárias, Já não exaltam o que vejo, Nem lhe dão brilho nem cor. Hoje não me deixem ser poeta, pois não quero ser sombra ou manto poeirento, que rudemente cobre a beleza de um momento de silêncio. João Cunha Silva