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A mostrar mensagens de junho, 2016

O que eu quero é o mar;

O que eu quero é o mar; sorver a maresia, deixar-me salgar. Quero escrever na areia, versos efémeros, passageiros, que durem a eternidade da onda e se misturem na espuma. Quero o mar poema, cheio de lágrimas e versos, calmos, na ordem certa, ou revoltos, indomáveis, tomados pelo vento. Quero o mar, poema eterno, tecido na cadência das ondas, escrito no seu desmaio, declamado na sua força. Quero o mar, livro em branco que me receba palavra a palavra Verso a verso quadra a quadra Quero ser mar, Quero ser onda, espuma, Quero ser sal Quero ser a palavra que, temperada pela maresia, seduz o sabor dos dias. Aí o mar se faz poema, e o poema é nada mais do que mar! Jcs 2016

Palavra Maldita

Palavra Maldita E a palavra, soletrada, presa nos dentes, ou livre com vento nas asas. Que seja dita pois nunca será maldita. Que procure tempo ameno, No voo em bando de uma frase Ou enfrente tempestades, num verso bravio que não rima …mas, que seja dita, pois nunca será maldita. Que não fique presa, pesada, Carregada da cor do tempo e lhe fuja o momento. Que seja apenas dita com cadência, ou tropeção, verso nobre, ou palavrão …mas que seja dita, pois nunca será maldita! Jcs/2016

Fugir da derrota como o diabo da cruz

Fugir da derrota como o diabo da cruz Escrevo esta crónica na véspera da partida da nossa seleção para França. É claro que só posso desejar que nos proporcionem dias de alegria, e claro, que desta vez o caneco venha para cá. Não peço menos. Aliás, não concebo que se entre numa competição sem ser para ganhar. Pode-se perder; ficar pelo caminho; escorregar em frente à baliza; pode até o poste impedir o tal golo da vitória; podemos mesmo não ganhar um único jogo e nem sequer marcar um único golo, mas… ninguém deve partir para uma competição sem ser com o objetivo de ganhar. Se não for assim, mais vale não competir. Claro que perder faz parte do jogo, mas quem se prepara para perder, muito dificilmente ganha. É mesmo uma questão de atitude. Não se confunda isto com falta de desportivismo, pois uma coisa é aceitar a derrota e outra coisa é não se importar com a derrota. Para que se queira mesmo ganhar, há que ver as derrotas como a pior coisa que pode acontecer, e sejamos francos, como

Crianças, histórias e um basta!

Crianças, histórias e um basta! Gosto de contar histórias, gosto de as imaginar e ver crescer dentro da minha cabeça. Depois, nem todas resistem ao papel; muitas delas não sobrevivem sequer, qual efémeras, ao fechar de olhos da minha filha. Mas nem assim deixo de sentir uma enorme felicidade por ter a oportunidade de lhe contar em primeira mão as histórias que me habitam. Mesmo efémeras, servem o propósito máximo que qualquer história possa um dia vir a ter: ter um ouvinte, um leitor, alguém do lado de lá. Tudo isto já seria suficiente, já seria uma amostra evidente de felicidade suprema. A minha sorte é ter muitos momentos como estes, e só posso desejar que nunca acabem, que ela nunca desista de me pedir histórias. Destas, algumas passam para o papel e ganham uma dimensão mais completa, outras, mesmo mais elaboradas, ficam à espera da pincelada final que poderá muito bem nunca chegar. E ficam ali guardadas numa gaveta qualquer, ou num ficheiro à espera de melhores dias. Há depois