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Diário de um vagabundo chamado Billy Tord ou viagens ao sótão panorâmico 1

Diário de um vagabundo chamado Billy Tord ou viagens ao sótão panorâmico João Cunha Silva 19 de Janeiro de 1973 Dizem que não necessitamos de nada que não seja dado pela natureza. Acredito mesmo que para matar o tempo livre começamos a inventar coisas supérfluas, só para nos entretermos e fugirmos daquele medo ancestral de estarmos sozinhos. A verdade é que não nos suportamos. Seria cansativo e odioso conseguirmos viver connosco próprios. A dependência dos outros é assim a droga mais viciante, mesmo que o outro esteja lá apenas de corpo presente, sem se mexer, como uma jarra com plantas artificiais e para sempre mortas no seu interior. Detestamos também a sensação de termos que lidar com as nossas falhas e preferimos sempre que seja alguém a apontar, uma a uma, essas mesmas falhas. Penso mesmo que se não fossem essas anormalidades comportamentais, passaríamos pela tempestade dos dias sem que notassem a nossa presença. Aprendi a estar sozinho. Continuo a aperfeiçoar essa arte n