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O colchão dos ricos, a confiança e o cheque em branco

O colchão dos ricos, a confiança e o cheque em branco Ninguém tem dúvidas que uma das vantagens da democracia é a sua capacidade de regeneração e ajustes contínuos em função dos tempos, das necessidades e da vontade coletiva. Nenhum outro sistema protege desta forma a sua sobrevivência e se estudarmos a história, todos os outros tipos de governo faliram por não se conseguirem propagar nos anos ou sobreviver à ausência do seu ditador. Até na China, um sistema tão complexo que nem me atrevo a explorar a fundo, a manutenção do sistema atual só é possível pela sua capacidade de se projetar nos tempos, quebrando dogmas e barreiras que confundem aqueles  que ainda estão enclausurados dentro de fronteiras ideológicas. No entanto, a nossa civilização assentou e assenta no pressuposto que a palavra democracia só se poderia associar ao sistema capitalista, mesmo que controlado, em oposição ao sistema comunista, completamente controlado pelo estado. Em boa medida, todas as democracias

Enquanto a lua brilha

Enquanto a lua brilha Enquanto a lua brilha e o vento passa leve, permanece o aroma dos dias longos nas palavras desentendidas de cigarras e grilos. Um latido explosivo rasga a noite... ...golpes lancinantes... cortantes... a noite esventrada do silêncio que a cobre. a batida acelera e já só ouço a minha respiração e a cadência do bombear do coração. Também faço parte... sou da noite. Sou a cigarra, o grilo, o cão, É ao brilho da lua que junto a minha voz com as minhas palavras não mais entendidas: ora calmas, que embalam e adormecem, ora violentas e explosivas, que sobressaltam e esventram. 2015/ João Cunha Silva

Agora conto eu - No precipício de uma folha em branco

Agora Conto eu... " A Abelha Vaidosa - publicado no Tribuna Jornal a 27-06-2014

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A Abelha Vaidosa Os leitores mais atentos terão reparado que a crónica do mês passado não estava assinada…até correu bem, já o que o título era “Esqueci-me…” e realmente, há coisas que nos escapam, mesmo quando temos a preocupação de tudo controlar. Ilusão! Não conseguimos controlar tudo e por vezes é muito bom que assim seja. Para mim é sinal de humanidade, para outros … uma boa desculpa. Mesmo assim, aqui fica a minha explicação. Nesta minha recente vida de pai e de contador de histórias, por vezes, é difícil acordar a imaginação para criar uma história fresquinha, apetitosa e comestível para uma criança de olhos brilhantes, que está à espera, nada menos, do que uma história genial, capaz de ombrear com as grandes histórias da literatura infantil. Apesar de difícil, é uma das tarefas de pai que me dá mais prazer: adormecer a minha filhota ao som de uma boa história, inventada no momento, à vela da narrativa espontânea, com personagens muito a propósito e com a ouvinte / crítica mai

Crestuma

Crestuma Hoje, vi-te banhada na espuma revolta, estridente, que numa vontade dúbia te arrasta para o mar, e te agarra sem te largar. Solta-se pedra a pedra, torrão a torrão, peça a peça até nada ficar. És apenas história, querem fazer crer… nada mais que papiro, enterrado no lodo da memória, De onde nada poderá nascer. E a tua gente? Agarrar-se-á aos teus pés? Ou fraca, é arrastada pelas marés? E o cortejo segue em marcha fúnebre Cobrem-te com mil bandeiras E usam-te de mil maneiras… Ficando apenas o deserto, Sem oásis por perto. Apenas o sino não se cala, contando uma a uma, as almas de quem parte! Soltam-se as amarras; soltam-se as imagens da gente alegre, dos dias festivos, e não há ninguém que berre! E eu imagino, que mesmo fraca resistes, Bela, como só tu consegues ser Digo sussurrando a medo, Que nunca poderás morrer. Mas o que vejo é imagem de lápide, A fotografia final, E lá no meio da