Suave melancolia Que me leva os dias E me traz ondas onde nasço e logo morro. Suave melancolia Porque nada dura, apenas a espuma fica, brilhante, porém efémera, que logo de desfaz e de novo nasço e morro na cadência certa, tormentosa e cruel. Suave melancolia Em que desenho o som do mar na areia virgem. jCS/2018
Tempo melancolia Quanto tempo aguento? Quanto tempo falta para não ter mais tempo nenhum? Quanto tempo falta para ter o tempo todo? Quanto tempo falta para que os olhos brilhem e se espantem? Quanto tempo falta para sorrir e me deixar levar no riso? Quantas horas, minutos, segundos me restam esperar para respirar de novo Quanto tempo me deixarei ficar, aqui, submerso nesta água que arrasta os dias pelas ruas da melancolia, e me lembro, num assombro de realismo, que no meu relógio não me falta segundo, minuto ou hora alguma, que o tempo está todo aqui e agora e que o brilho reaparece, assim que olhar no ângulo certo. João da Cunha /2017
Wise nonsense Um sorriso, uma flor, um beijo, e um soluço puxado da lágrima que cai E me atira ao frio da pedra. Estremecer, frio Sonhar que aquece Pedra chão Pedra casa Frio meu Frio pedra Um beijo, um sorriso, uma flor e perder-me num abismo das cores, querer cair onde não há chão Repetir Cair sempre Cair cor Abismo chão Uma flor, um beijo, um sorriso e uma imagem para sempre guardada Momento eterno Tempo pára Tempo pára Tempo não pára! João da Cunha/2017
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