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A FORÇA DA TÉNICA do ZECA da VITÓRIA

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Agora conto eu… A FORÇA DA TÉNICA do ZECA da VITÓRIA Não venham aqui os corretores ortográficos dizer que existe um erro no título. Não se trata de uma nova ortografia acordada ou não. Nada disso. O meu avô percebe, lá na estrela onde se senta. Ele e certamente algumas pessoas que o conheciam mais de perto. Há um lote reduzido de pessoas que tiveram muita influência na minha vida. Dessas, destaco o meu avô. Custa-me crer que já tenham passado 17 anos desde a sua morte, quando as memórias que tenho dele são tão presentes como a navalha de ponta arredondada que trazia sempre no bolso e o chapéu de abas curtas com que cobria a sua calvície. O meu avô era uma pessoa forte, de caráter vincado, honrado, de palavra. Mas essa é a faceta que todos, pelo menos os que contactaram com ele, conhecem. Hoje quero lembrar-me do que partilhei com ele, da vida que tive com ele, das alegrias que a nossa vida em comum me proporcionaram nos primeiros 20 anos da minha vida. O meu avô foi basilar n...

Carta

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Carta Há quanto tempo não recebo uma carta! Hoje queria ir à caixa do correio e ter uma carta à minha espera. É certo que devo ter algumas à minha espera, mas dessas…tento despachá-las o mais que posso com o débito direto. Se ao menos fossem pessoais e se dirigissem de forma menos mecânica, até poderiam dar uma qualquer alegria. Imaginem só, lá de um departamento qualquer da EDP a dizerem: “Caro João, Como tens passado? Escrevo-te esta carta na esperança que estejas bem. Por cá as coisas estão a correr bem e as barragens continuam a produzir eletricidade com fartura. Espero que tenhas tido poucas falhas de luz e que consigas ter energia para continuar a escrever com muita inspiração. Envio por esta carta um beijinho muito grande para a Maria e desejo que ela esteja muito feliz na sua nova escola. A conta deste mês são 49 euros e 28 cêntimos. Quando puderes passa por aqui e pomos a conversa em dia. Abraço deste teu amigo da EDP” Custava de igual modo a pagar, mas acho q...

Diálogos (im)prováveis

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Já não há animais para histórias!  - Não te assustes com o título! Vá lá, não chores…ainda existem muitos animais por aí… - Mas tu disseste que já não havia mais animais! Já não percebo nada… - O que eu quero dizer é que parece que já não há mais animais para escrever histórias. Estou a tentar escrever uma história nova e já não tenho animais disponíveis. Ele é cãezinhos e cachorros de todas as cores e feitios; leões, zebras, elefantes e restante companhia do zoológico, coelhos, sapos, grilos, formigas, pássaros, mochos, corujas, esquilos, ratos, hamsters, iguanas e até o menos provável se tornou uma superestrela! - Qual, a hiena? - Não, o ornitorrinco! Até esse virou animal de estimação e agente secreto nas horas livres.  - Pois é… não te sobram muitos, pois não… E se fosse uma gaivota? - Já temos o Fernão Capelo Gaivota… - E porque é que tem de ter um animal? - Pois… não sei muito bem, nem pensei muito nisso… deve ser influência das fábulas de La Fonta...

A liberdade, a democracia e as novas ditaduras

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A liberdade, a democracia e as novas ditaduras Hoje gostava muito poder contar-vos uma história; ligar o meu botão da imaginação e deixar que mundos possíveis saíssem dos meus dedos. No entanto, acredito que vivemos um tempo urgente em que apesar de haver sempre tempo para uma história, acho que devo aproveitar estas linhas para servir de despertador a todos os que se deixaram apanhar pela apatia, pela autocomiseração, e pela desresponsabilização do papel que devem cumprir a nível social. Como exemplo disso mesmo, basta lembrar que apenas metade dos eleitores exerceu o direito de voto nas últimas eleições. Até me apetece dizer que merecem tudo o que recebem e venham a receber. Cresci em democracia, em que, pelo menos aparentemente, se fez um corte com um sistema ditatorial, e que cada governo eleito até agora, exerceu o seu poder e governação consoante a realidade, mas também consoante a sua ideologia. Foi isto que permitiu criar um Sistema Nacional de Saúde, a renovação da re...

"A rádio também gosta de livros" 1/2 - João Cunha Silva

Hoje o programa "A rádio também gosta de livros" da autoria de Susana Freitas foi sobre mim e sobre os meus livros http://aradiotambemgostadelivros.blogspot.pt/2016/02/joao-cunha-silva.html A rádio também gosta de livros - 1 de fevereiro (João Cunha Silva)

A verdadeira discussão

Hoje os mais desatentos ficaram a saber que afinal há quem prefira ter uma dependência regional administrativa a um governo da nação. Mais do que direita ou esquerda, esta é a verdadeira discussão; o resto são tretas.

Agora Conto eu..Sondagens e a Teoria das Chocas

Agora Conto eu..Sondagens e a Teoria das Chocas Se este título parece despropositado, será melhor fazer uma análise mais profunda ao conteúdo do texto. Apesar de me poder estar a referir a prospeções petrolíferas, o mais certo, dado estarmos em cima das eleições presidenciais, é estar a falar das sondagens eleitorais. Se o pensaram, estão certos. Quanto à Teoria das Chocas e à sua relação com as sondagens, sei que vai dar mais trabalho explicar. No entanto, depois de apresentar alguns pontos prévios será fácil de compreender. Assim, convém explicar que o termo “chocas” é um termo ligado à tauromaquia, usado para designar as vacas que “convencem” o touro bravo a sair da arena. Não me vou alongar muito com explicações tauromáquicas, primeiro porque sei muito pouco e aprecio muito pouco, apesar de respeitar sempre muito… os touros e restantes animais envolvidos. Quem não desistiu de ler até aqui, no mínimo deve estar a perguntar-se por que motivo ainda continua. Mas acompanhem-me por...

A gestão do silêncio

Agora conto eu…A gestão do silêncio No meio de uma conversa não há nada mais importante do que a correta gestão do silêncio. É das coisas mais difíceis de fazer e penso mesmo que só ao fim de uns anos de vida é que se consegue na medida exata, controlar com eficácia o silêncio. Acho mesmo que chega a ser uma arte: há quem tenha um natural talento, mas para haver mestria é necessário praticar e treinar de forma intensiva. Para além de ser uma arte, há mesmo algo de mágico no silêncio; algo místico que que nos deixa inquietos e desconfortáveis. Perante o silêncio ficamos desarmados e completamente desorientados como se nos faltassem estrelas sonoras para guiar o nosso caminho. Ninguém quer saber daquele que tudo diz, mas sim daquele que se fecha por trás de um rosto enigmático e, claro, silencioso. Desde pequenos que nos incentivam a quebrar o silêncio, a dar voz aos nossos sentimentos. Mas o que se pede hoje, mais do que se saber expressar com correção, é que se saiba ficar em si...

Pausa…

Pausa… Por vezes é necessário fazer uma pequena pausa. Por vezes as folhas em branco ficam mesmo em branco, mesmo quando todos os prazos terminam. Por vezes chegamos à conclusão que somos apenas humanos e que somos falíveis. Por vezes repetimos frases que têm o mesmo início só para parecer que estamos a escrever algo de jeito. Por vezes continuamos no mesmo ritmo, usando um paralelismo sintático perfeito, só para mostrar que este desvario tem o seu propósito e que irá chegar a algum lado. Por vezes chegamos mesmo a algum lado, a alguma conclusão, a um fim. Por vezes não chegamos a lado nenhum que não seja ao fim de linha, sabendo que tudo recomeça no início da próxima. Por vezes temos de nos dar cinco minutos de ridículo para que tudo o resto pareça afinal sério. Por vezes temos de nos fazer outros para que o nosso eu possa ser levado a sério por nós mesmos. Por vezes pensamos dizer coisas que fazem sentido e depois, andamos às voltas a pensar se o que dissemos afinal tem cabiment...

Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia.

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Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia. PONTO PRÉVIO O texto que se segue foi escrito antes dos atentados de Paris, perante os quais tudo parece insignificante e de importância duvidosa para ter lugar numa crónica. Senti-me humanamente atacado, senti, mesmo no conforto da distância, que o alvo também fui eu e os meus. A esses terroristas, escroques, não lhes destino nem mais uma linha, dando-lhes o fétido reconhecimento que tanto procuram. A minha resposta é recusar-me a alterar a minha vida, submetendo-me à tortura do medo. Feito o ponto prévio, aqui vai o texto que preparei para esta crónica. Em alguma fase da sua vida todo o ser humano é confrontado com a escolha entre o realismo e a busca da utopia. O caminho que escolhemos nesta bifurcação reflete a forma como vemos o mundo e agimos sobre ele. Se por um lado encontramos a realidade nua e crua que nos lembra as nossas imperfeições, limites, falibilidades e impossibilidades, pelo outro lado há o sonho e a b...