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A verdadeira discussão

Hoje os mais desatentos ficaram a saber que afinal há quem prefira ter uma dependência regional administrativa a um governo da nação. Mais do que direita ou esquerda, esta é a verdadeira discussão; o resto são tretas.

Agora Conto eu..Sondagens e a Teoria das Chocas

Agora Conto eu..Sondagens e a Teoria das Chocas Se este título parece despropositado, será melhor fazer uma análise mais profunda ao conteúdo do texto. Apesar de me poder estar a referir a prospeções petrolíferas, o mais certo, dado estarmos em cima das eleições presidenciais, é estar a falar das sondagens eleitorais. Se o pensaram, estão certos. Quanto à Teoria das Chocas e à sua relação com as sondagens, sei que vai dar mais trabalho explicar. No entanto, depois de apresentar alguns pontos prévios será fácil de compreender. Assim, convém explicar que o termo “chocas” é um termo ligado à tauromaquia, usado para designar as vacas que “convencem” o touro bravo a sair da arena. Não me vou alongar muito com explicações tauromáquicas, primeiro porque sei muito pouco e aprecio muito pouco, apesar de respeitar sempre muito… os touros e restantes animais envolvidos. Quem não desistiu de ler até aqui, no mínimo deve estar a perguntar-se por que motivo ainda continua. Mas acompanhem-me por...

A gestão do silêncio

Agora conto eu…A gestão do silêncio No meio de uma conversa não há nada mais importante do que a correta gestão do silêncio. É das coisas mais difíceis de fazer e penso mesmo que só ao fim de uns anos de vida é que se consegue na medida exata, controlar com eficácia o silêncio. Acho mesmo que chega a ser uma arte: há quem tenha um natural talento, mas para haver mestria é necessário praticar e treinar de forma intensiva. Para além de ser uma arte, há mesmo algo de mágico no silêncio; algo místico que que nos deixa inquietos e desconfortáveis. Perante o silêncio ficamos desarmados e completamente desorientados como se nos faltassem estrelas sonoras para guiar o nosso caminho. Ninguém quer saber daquele que tudo diz, mas sim daquele que se fecha por trás de um rosto enigmático e, claro, silencioso. Desde pequenos que nos incentivam a quebrar o silêncio, a dar voz aos nossos sentimentos. Mas o que se pede hoje, mais do que se saber expressar com correção, é que se saiba ficar em si...

Pausa…

Pausa… Por vezes é necessário fazer uma pequena pausa. Por vezes as folhas em branco ficam mesmo em branco, mesmo quando todos os prazos terminam. Por vezes chegamos à conclusão que somos apenas humanos e que somos falíveis. Por vezes repetimos frases que têm o mesmo início só para parecer que estamos a escrever algo de jeito. Por vezes continuamos no mesmo ritmo, usando um paralelismo sintático perfeito, só para mostrar que este desvario tem o seu propósito e que irá chegar a algum lado. Por vezes chegamos mesmo a algum lado, a alguma conclusão, a um fim. Por vezes não chegamos a lado nenhum que não seja ao fim de linha, sabendo que tudo recomeça no início da próxima. Por vezes temos de nos dar cinco minutos de ridículo para que tudo o resto pareça afinal sério. Por vezes temos de nos fazer outros para que o nosso eu possa ser levado a sério por nós mesmos. Por vezes pensamos dizer coisas que fazem sentido e depois, andamos às voltas a pensar se o que dissemos afinal tem cabiment...

Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia.

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Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia. PONTO PRÉVIO O texto que se segue foi escrito antes dos atentados de Paris, perante os quais tudo parece insignificante e de importância duvidosa para ter lugar numa crónica. Senti-me humanamente atacado, senti, mesmo no conforto da distância, que o alvo também fui eu e os meus. A esses terroristas, escroques, não lhes destino nem mais uma linha, dando-lhes o fétido reconhecimento que tanto procuram. A minha resposta é recusar-me a alterar a minha vida, submetendo-me à tortura do medo. Feito o ponto prévio, aqui vai o texto que preparei para esta crónica. Em alguma fase da sua vida todo o ser humano é confrontado com a escolha entre o realismo e a busca da utopia. O caminho que escolhemos nesta bifurcação reflete a forma como vemos o mundo e agimos sobre ele. Se por um lado encontramos a realidade nua e crua que nos lembra as nossas imperfeições, limites, falibilidades e impossibilidades, pelo outro lado há o sonho e a b...

A ler é que todos se entendem!

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A ler é que todos se entendem! por João Cunha Silva A melhor forma de conhecer a humanidade é a ler! A partir dos inúmeros mundos que a leitura nos apresenta, ensaiamos formas de ser e de agir, observamos de perto ensaios sobre o outro, onde nos multiplicamos em alteridades; pela leitura experimentamos os dilemas que não temos, e são tomadas decisões que porventura nunca teremos de tomar....Mas mentalmente já fizemos o caminho e de alguma forma já o conhecemos, mesmo que só a reboque de palavras Quem lê compreende melhor o mundo, e conhece melhor o outro. Pelo menos tem a capacidade de não julgar por meros reflexos, porque também está habituado a mergulhar nas pessoas, como quem mergulha nas páginas de um livro e não se deixa levar pela capa. Não exagero ao dizer que a leitura salva, a leitura liberta, a leitura permite a convivência pacífica e justa. As portas que a literatura abre são as portas da humanidade, na sua real complexidade. Faltam narrativas e enredos co...

#13/11/Paris

Porque não há volta a dar... Contra a barbárie, amor Contra a morte, um sorriso de vida, Contra o som das balas, o som das palmas. jcs/2015

#13/11

Dá que pensar: ao ódio quer responder-se com ódio, como se isto não fosse trazer ainda mais ódio, originando um ciclo sem fim. Estamos muito acomodados na nossa zona de conforto... deixamos que o nosso silêncio cómodo seja preenchido pela voz de radicais. Tenho ouvido e lido cada coisa... Não podemos deixar que essas vozes sejam as mais ouvidas ou lidas. O bom senso, a tolerância, o respeito pelos outros tem de ser a voz mais ouvida. Será fácil? Não me parece... mas não contem com o meu silêncio!

#Paris

Claro que há sempre alguém que diz que colocar filtros com a bandeira da França é uma hipocrisia. Até poderá ser: realmente a morte dos 200 passageiros russos, dos atentados em Beirute e de tantos outros é tão absurda, abjeta, irracional, injusta, inqualificável, como as mortes em Paris. Que nenhuma dúvida reste quanto a isso. No entanto, infelizmente por um lado, mas compreensivelmente por outro, choramos mais por quem nos é mais próximo. Quem não o faz? Isso não diminui a dimensão dos acontecimentos, nem a sua dureza. Reconheço que temos uma falta de conhecimento sobre o que está longe, sobre o que nos é distante, sobre o outro. Só nos dói quando realmente nos dói. Mas muito mal estaríamos se nem nesses momentos manifestássemos a nossa humanidade perante o que aconteceu. Ao ver o absurdo, mesmo que este seja repetido e outras vezes negligenciado, nunca admirei o discurso do “só agora é que reparaste!”, preferiria que me dissessem “Bem-vindo a esta luta!” ‪#‎ prayforparis‬ ,  ‪...

Agora conto eu…a fotografia

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Agora conto eu…a fotografia 1 Há qualquer coisa que me inquieta naquele olhar. Enigmático…Não consigo muito bem perceber o motivo, mas nunca mais a consegui esquecer aquela expressão sonhadora de quem tem o mundo para conhecer. Não mostra um sorriso aberto; sente-se, no entanto, que está confiante e preenchido por alegria. É isso! Vontade de vida, vontade de realizar os sonhos; vontade de fazer de cada passo que dá um passo memorável. Por vezes dá nisto… uma pausa no tempo e apercebemo-nos que temos uma vida atrás de nós. Olhando os olhos daquele menino pergunto-me se o traí, se calquei os seus sonhos em busca do nada. E que sonhos teria aquele menino de olhos brilhantes? Sei que queria ser astronauta! Ficaria ele zangado, triste e desiludido por eu nunca ter ido à Lua, nunca ter visitado um planeta distante, nunca ter sequer vestido um fato espacial? O que me diriam aqueles olhos nesse momento? Perderiam o brilho, ou dar-me-iam um beijo doce com que as crianças perdoam os adul...