Mensagens

Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia.

Imagem
Agora conto eu… o realismo ou a busca da utopia. PONTO PRÉVIO O texto que se segue foi escrito antes dos atentados de Paris, perante os quais tudo parece insignificante e de importância duvidosa para ter lugar numa crónica. Senti-me humanamente atacado, senti, mesmo no conforto da distância, que o alvo também fui eu e os meus. A esses terroristas, escroques, não lhes destino nem mais uma linha, dando-lhes o fétido reconhecimento que tanto procuram. A minha resposta é recusar-me a alterar a minha vida, submetendo-me à tortura do medo. Feito o ponto prévio, aqui vai o texto que preparei para esta crónica. Em alguma fase da sua vida todo o ser humano é confrontado com a escolha entre o realismo e a busca da utopia. O caminho que escolhemos nesta bifurcação reflete a forma como vemos o mundo e agimos sobre ele. Se por um lado encontramos a realidade nua e crua que nos lembra as nossas imperfeições, limites, falibilidades e impossibilidades, pelo outro lado há o sonho e a b...

A ler é que todos se entendem!

Imagem
A ler é que todos se entendem! por João Cunha Silva A melhor forma de conhecer a humanidade é a ler! A partir dos inúmeros mundos que a leitura nos apresenta, ensaiamos formas de ser e de agir, observamos de perto ensaios sobre o outro, onde nos multiplicamos em alteridades; pela leitura experimentamos os dilemas que não temos, e são tomadas decisões que porventura nunca teremos de tomar....Mas mentalmente já fizemos o caminho e de alguma forma já o conhecemos, mesmo que só a reboque de palavras Quem lê compreende melhor o mundo, e conhece melhor o outro. Pelo menos tem a capacidade de não julgar por meros reflexos, porque também está habituado a mergulhar nas pessoas, como quem mergulha nas páginas de um livro e não se deixa levar pela capa. Não exagero ao dizer que a leitura salva, a leitura liberta, a leitura permite a convivência pacífica e justa. As portas que a literatura abre são as portas da humanidade, na sua real complexidade. Faltam narrativas e enredos co...

#13/11/Paris

Porque não há volta a dar... Contra a barbárie, amor Contra a morte, um sorriso de vida, Contra o som das balas, o som das palmas. jcs/2015

#13/11

Dá que pensar: ao ódio quer responder-se com ódio, como se isto não fosse trazer ainda mais ódio, originando um ciclo sem fim. Estamos muito acomodados na nossa zona de conforto... deixamos que o nosso silêncio cómodo seja preenchido pela voz de radicais. Tenho ouvido e lido cada coisa... Não podemos deixar que essas vozes sejam as mais ouvidas ou lidas. O bom senso, a tolerância, o respeito pelos outros tem de ser a voz mais ouvida. Será fácil? Não me parece... mas não contem com o meu silêncio!

#Paris

Claro que há sempre alguém que diz que colocar filtros com a bandeira da França é uma hipocrisia. Até poderá ser: realmente a morte dos 200 passageiros russos, dos atentados em Beirute e de tantos outros é tão absurda, abjeta, irracional, injusta, inqualificável, como as mortes em Paris. Que nenhuma dúvida reste quanto a isso. No entanto, infelizmente por um lado, mas compreensivelmente por outro, choramos mais por quem nos é mais próximo. Quem não o faz? Isso não diminui a dimensão dos acontecimentos, nem a sua dureza. Reconheço que temos uma falta de conhecimento sobre o que está longe, sobre o que nos é distante, sobre o outro. Só nos dói quando realmente nos dói. Mas muito mal estaríamos se nem nesses momentos manifestássemos a nossa humanidade perante o que aconteceu. Ao ver o absurdo, mesmo que este seja repetido e outras vezes negligenciado, nunca admirei o discurso do “só agora é que reparaste!”, preferiria que me dissessem “Bem-vindo a esta luta!” ‪#‎ prayforparis‬ ,  ‪...

Agora conto eu…a fotografia

Imagem
Agora conto eu…a fotografia 1 Há qualquer coisa que me inquieta naquele olhar. Enigmático…Não consigo muito bem perceber o motivo, mas nunca mais a consegui esquecer aquela expressão sonhadora de quem tem o mundo para conhecer. Não mostra um sorriso aberto; sente-se, no entanto, que está confiante e preenchido por alegria. É isso! Vontade de vida, vontade de realizar os sonhos; vontade de fazer de cada passo que dá um passo memorável. Por vezes dá nisto… uma pausa no tempo e apercebemo-nos que temos uma vida atrás de nós. Olhando os olhos daquele menino pergunto-me se o traí, se calquei os seus sonhos em busca do nada. E que sonhos teria aquele menino de olhos brilhantes? Sei que queria ser astronauta! Ficaria ele zangado, triste e desiludido por eu nunca ter ido à Lua, nunca ter visitado um planeta distante, nunca ter sequer vestido um fato espacial? O que me diriam aqueles olhos nesse momento? Perderiam o brilho, ou dar-me-iam um beijo doce com que as crianças perdoam os adul...

Agora conto eu… Quem não vota é burro!

Imagem
Agora conto eu… Quem não vota é burro! 9.746.069 é o número de eleitores inscritos em 2014. Para estas eleições o número não deverá ser muito diferente. Se descontarmos 700 mil “eleitores fantasma”, que em todas eleições se conclui que afinal contribuíram para a abstenção, mesmo tendo já partido, quer para outros países, quer mesmo para o outro lado do rio (forma simpática de dizer que já morreram), chegamos ao número mágico de 9 milhões de possíveis votantes. É para estes que me dirijo hoje, num apelo forte para que votem. Sim, sem mais, votem! Eu explico o motivo deste meu pedido e as minhas razões pessoais para o fazer. Não pensem que sou desinteressado, que não faço isto com interesse próprio e com um objetivo claro. Não escondo de ninguém que tenho interesse na coisa, claro que tenho! Quem não o tem? Preocupa-me muito quem vai ocupar esses 230 lugares que decidem o meu dia-a-dia, que influenciam como acordo, como pago, como recebo, e gosto mesmo que se sintam responsabilizado...

Agora conto eu...Com um brilhozinho nos olhos…

Imagem
Com um brilhozinho nos olhos… João Cunha Silva Cada episódio importante da nossa vida é marcado com um antes e um depois. Ocorrido o episódio, já não somos os mesmos: umas vezes para melhor, mas muitas outras para pior. Não quero falar dos que nos tornam piores, até porque nem todos os maus episódios nos tornam piores e nem todos os bons nos tornam melhores. Falarei apenas daqueles que bons ou maus, nos tornam melhores e nos ajudam a crescer.  Não haverá nada mais marcante na vida de um ser humano do que a sua relação com a vida e a morte. Podemos fazer grandes feitos na nossa vida profissional; ter o maior dos êxitos nas nossas realizações; ser acarinhado ou odiado por multidões; ser um êxito no desporto, na escrita, na música… Podemos eventualmente alcançar isso tudo, mas nada nos marcará tão fundo como estas duas palavras: vida e morte. Estabelecemos mesmo fronteiras entre um antes e um depois desses mesmos acontecimentos como não fazemos com mais nada. Infelizmen...

Agora conto eu…Qual é a parte que não entendes?

Imagem
Agora conto eu…Qual é a parte que não entendes? João Cunha Silva Adverti numa crónica anterior que não acharia muita piada que me dissessem que era muito humano, poderia até considerar que me estariam a insultar. Claro que usei a figura da ironia para me expressar, no entanto, as ironias desaparecem quando o que seria pouco usual, passa a ser hábito e costume. Perante os acontecimentos das últimas semanas senti-me cada vez com mais vergonha de pertencer a esta espécie, mas à falta de alternativa, lá me tenho de contentar com o que é positivo no ser humano. Nem todos se comportam como bestas, nem todos são dotados de um QE (Quociente de Estupidez) fora do comum. Há bons exemplos; há humanos realmente bons, que se entregam aos outros e que fazem realmente a diferença e nos lembram que afinal ainda há esperança. Mas é difícil… claro que é difícil. A vida ensina-nos que precisamos desses exemplos, desses faróis de humanidade para nos sentirmos melhor no final do dia. No entant...

LIVROS POR AJUDA AOS REFUGIADOS

Imagem
LIVROS POR AJUDA AOS REFUGIADOS A lágrima que fez o mundo nascer no meu livro " Assim um mundo se fez" é a mesma que transmite a minha emoção ao ver o que está a acontecer com a crise dos refugiados. Sem muitas perguntas, todos somos compelidos a agir e a tomar como nossa a responsabilidade de tornar o mundo melhor. Não há forma de nos escondermos nas respostas evasivas e desculpas esfarrapadas. Não me contento com isso. Nem sempre sabemos como ajudar por isso gostei muito da  ideia do escritor Manuel Jorge Marmelo ( https://www.facebook.com/ManuelJorgeMarmelo ) e achei que seria uma boa forma de contribuir. Já o fiz e agora aguardo pelo seu livro "Zero à esquerda". No entanto, achei que poderia fazer mais do que isso, e por isso também disponibilizo os meus livros em troca da vossa ajuda à ACNUR ( http://donate.unhcr.org/international/lifeline ). Assim por cada donativo mínimo de 10 euros ao programa da ONU de apoio aos refugiados eu oferecerei um exemplar do li...