Crestuma Hoje, vi-te banhada na espuma revolta, estridente, que numa vontade dúbia te arrasta para o mar, e te agarra sem te largar. Solta-se pedra a pedra, torrão a torrão, peça a peça até nada ficar. És apenas história, querem fazer crer… nada mais que papiro, enterrado no lodo da memória, De onde nada poderá nascer. E a tua gente? Agarrar-se-á aos teus pés? Ou fraca, é arrastada pelas marés? E o cortejo segue em marcha fúnebre Cobrem-te com mil bandeiras E usam-te de mil maneiras… Ficando apenas o deserto, Sem oásis por perto. Apenas o sino não se cala, contando uma a uma, as almas de quem parte! Soltam-se as amarras; soltam-se as imagens da gente alegre, dos dias festivos, e não há ninguém que berre! E eu imagino, que mesmo fraca resistes, Bela, como só tu consegues ser Digo sussurrando a medo, Que nunca poderás morrer. Mas o que vejo é imagem de lápide, A fotografia final, E lá no meio da ...