Declaração de interesses!

Em desacordo com aqueles que estão em desacordo com o ACORDO (1)

Confesso que seria muito mais fácil fugir ao tema ou então refugiar-me em justificações legais ou até, quem sabe, aconselhamentos editoriais. Mas não vou por aí (Régio, levo-te esta emprestada). Não é por ignorância, desleixo ou seguidismo cego, que tenho optado nos meus escritos (quase todos, confesso há coisas que ainda me fazem naturalmente confusão) por escrever de acordo com o AO. Nem tão pouco se trata de subserviência ou falta de patriotismo. Nem mesmo um desamor  latente com a Língua Portuguesa (maiúsculas ou sem maiúsculas?).
Lamento também contrariar alguns arautos do que é certo, sim esses que estão sempre contra tudo, por ser moda, chic, ou até quem sabe, porque hoje fica bem ter uma nota de rodapé, seja lá  qual for  a nota: pode ser  “ x, ou y escreve de acordo com a grafia antiga” (exploremos o filão desta ideia, grafia antiga…); mas poderia muito bem ser: “ x ou y come iogurtes pela manhã!”. Não interessa qual é a nota, mas claramente fica bem e revela resistência, luta e revolução e merece a estampa da cara do Che. Realmente o maior dos nosso problemas, a nossa maior causa é saber se o filho é “adotivo” ou se afinal ainda é ”adoptivo”.
Não estamos a ser governados por gente acéfala (ou então “que a sabem toda”)  há uns bons anos, não temos uma taxa de desemprego de meter respeito aos outros países europeus; não temos ladrões legitimamente eleitos que tiram descaradamente o que os meus e os vossos pais lutaram por toda a vida (DIREITOS E DINHEIRO). Não, tudo isso é ilusão e muito menos importante do que umas consoantes com dificuldades auditivas crescentes.
 A evolução de uma língua, e a língua portuguesa não foge à regra, faz-se em direção à prática oral que se faz dela: do caminho de Roma ao nosso “retângulo” ALGO ACONTECEU AO LATIM! Sempre foi assim e suspeito que sempre será. Já sei que me vão dizer que a evolução não se faz por decreto de lei. Ai não? Concordemos ou não, é exatamente assim que se faz a evolução,  pois a Lei fixa, quase sempre, aquilo que tem vindo a ser feito na prática. Para os sem memória (histórica)  Roma ficou Católica porque…Deixemo-nos de tretas: o meu português é o português de Gil Vicente, de Camões, de Eça, de Pessoa, de Saramago, de Sophia, de José Régio…sou herdeiro, mas quero levar a "fábrica" para a frente.
Sei que ainda me causa estranheza, falar do “setor” da agricultura, ou mesmo saber quantos “espetadores” viram o Jornal da Noite da sic. Sei que ainda estranho ter nascido em “março” e não em “Março”. Para a minha filha isto nem sequer será uma questão e para os meus netos isto até terá piada.
Estranho todas estas coisas, como grande parte da população idosa estranha trabalhar num computador. Eu já não estranhei ao passar pela “farmácia”, mas porventura a minha avó estranhou. No entanto, que eu saiba, não deixou de entrar e pedir o remédio para as tensões.

 (1)Escrevo em Português e a quem interessar bebo iogurtes líquidos todas as manhãs.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

#Paris

(A)Mar