E se me deixo levar

E se me deixo levar,
Ondulante e leve,
Ao som que seduz,
Sou eu que não
querendo quero
Esse Inevitável abismo,
Que sempre procuro
E me liberta do peso
De cada dia que passo
Agrilhoado, escravo,
Refém dos dias e desta
Vontade sempre pouco lúcida
Que em sombras me acerca
de ir arrastado pelo vento
que sopra novo.
Quero o vislumbre do céu azul,
Uma nesga que tudo permita sonhar e
Que traga, nesta escuridão
em que me encontro,
a cor nítida de um ar fresco.
Mas, a esta hora já não há luz,
A noite cerrada envolve-me
No seu agasalho gélido e mudo,
e me embala.
Shantih shantih shanti
Jcs 2019

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Carta

Crónicas antigas - A pedra mágica

Fotografia