Palavra Nova

Hoje, 

quero apenas uma palavra 

que de nada seja escrava;

Sem duplos sentidos ou ironias,

que seja direta e livre,

Sem metáforas ou alegorias.

Quero que seja pura e nua,

Sem condimentos e crua

Que nada esconda ou disfarce,

Que tudo diga e mostre.


Não a quero oculta, nem insinuada;

Nem para dizer tudo, abusada, 

E não signifique nada.


Quero uma palavra que seja nova,

Fresca e de dicção fácil;

Que nada me lembre,

E tudo me permita.


Mas já não há palavras dessas,

Todas que encontro estão gastas:

velharias de sótão abandonado;

relíquias de igreja vazia;

fósseis em museu fechado 

De onde a brisa não arranca o mofo.


João Cunha Silva

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