Pedaço 1

Abro os olhos a custo, a luz teima em me apunhalar.
Rios de sangue percorrem as minhas órbitas,
cada um contendo marcas de luta, marcas de tempo passado, cansado, desgastado e morto;
Fecho-os novamente, a dor lacinante leva-me para a escuridão do conforto;
Regresso agora, às fluorescências das minhas pálpebras fechadas, aproveito as ondas de conforto que percorrem as extremidades do meu cérebro e relaxo. Seria bom dormir. Mas a hora é outra. Gosto de me sentir, de escutar o bombear do meu coração, sentir que estou vivo...por momentos duvido, mas lá volta ao ritmo de relógio, marcando o passo... ou a contagem decrescente a mostrar que ainda estou cá, a ir para lá... e o relógio não pára, persegue-me, tenta abocanhar-me... e eu sempre com pressa...
Abro os olhos, os punháis enterram-se pelos meus olhos dentro ainda mais fundo, a dor quase que se torna sonora, a luz revela-se ainda mais violenta, demasiado ardor para que possa vislumbrar onde estou.
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